quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Carnaval, Very Good! (*)

Carnaval, Carnaval, quando o Rio escuta mais “Let’s drink to another one beverage? I am she’ll drink”. Quando o som dominical do rock alternativo da Lapa me embriaga. E, atrás dos Arcos, homens completamente liberais quanto a sexualidade fazem do próprio corpo a melhor fantasia.
Carnaval, Carnaval, quando jovens se sentam ao lado do circo e voam nas obras da velha guarda. Seria lindo, se não fosse apenas uma demonstração de falsa intelectualidade musical.
Oh, Rio. Da-lhe piedade dos taxistas bêbados, levando passageiros tanto quanto embriagados – porém – de sono.

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Carnaval, Carnaval, quando a viagem à Bananal vira um rally e, na chegada, nos premiam com a chuva fina e doce. Onde o guarda-chuva ganha mais importância do que qualquer beijo carnavalesco, mesmo que depois o então santo objeto seja, injustamente, esquecido num banco de rodoviária.

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Carnaval, Carnaval, quando em Quatis o número de banheiros químicos são incompatíveis com o de vendedores de bebidas. Quando meninos e meninas não ocultam íntimos desejos: bebem e, depois, tentam fazer bebê (se estivessem, ao menos, em condições de caminhar).

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Carnaval, Carnaval, quando em Piraí vira Veneza fluminense. Onde os pais se surpreendem com irritabilidade sincera das crianças contra confete, serpentina e spray de espuma.

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Carnaval, Carnaval, ainda bem que i stopped of drink, senão minha jovial memória impossibilitaria de contar meu enredo carnavalesco de 2008.
E que venha o próximo fevereiro

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(André Aquino)

(*) Relato do Carnaval de 2008 com os amigos – as companhias foram ocultadas para preservar namoros, noivados e casamentos (ou algo parecido).

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Minha cara amiga paulista (*)

Escrevo-lhe numa madrugada de domingo chuvosa de Resende, nada parecida com a nossa relação, com propósito único e simples: dizer que nossa amizade já ultrapassou barreiras e tornou-se uma relação de ídolo e fã (no caso, você é a estrela). Jussara Lispector, você não apenas nos brinda e brinca com as suas palavras. Não mesmo. A lealdade, a generosidade e a coragem são as suas melhores criações.
Paulista por opção, Jussara Cristina César é eterna, simples, sofisticada, onde a admirável jornalista revela uma grande escritora. Mas reafirmo: a principal obra é o caráter inabalável. Ah, a chuva continua lá fora e uma tristeza dentro do apartamento 301. Ao mesmo tempo uma inveja (boa) dos coleguinhas de Diário de São Paulo que tiveram a sorte de conhecer e conviver com este gênio da raça
Jussara Pessôa, mulher do povo: vascaína roxa; do pitbull com alma de vira-lata. De tantas páginas rasgadas antes copiadas em mimeografo, com aquele cheiro delicioso de álcool. Cabelos negros, olhos da palestina, branquela paulista, gostosa carioca, Jussara de Assis é a prefeita tradução da beleza humana.
Pow, meu... Você é tanta coisa que nem cabe aqui.
Jussara Ventura, minha amiga querida, seu all-star vai caminhar numa estrada de prosperidade.

André Aquino
Resende, janeiro de 2008
(*) carta orkutiana à minha amiga Jussara Soares